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Abril e as Despedidas: Desvendando o Luto Além das Receitas Prontas

Abril e as Despedidas: Desvendando o Luto Além das Receitas Prontas
Abril e as Despedidas: Desvendando o Luto Além das Receitas Prontas

Abril. Para muitos, um mês de recomeços, de flores que brotam. Mas para alguns de nós, abril carrega um peso diferente, uma marca indelével deixada por uma despedida que transformou para sempre o nosso calendário emocional. Para mim, desde 19 de abril de 2019, este mês se tingiu de uma nova cor, a cor da saudade, da ausência de uma figura paterna que, com sua partida, redefiniu a minha própria existência.

Falar sobre a morte nunca é fácil. As palavras parecem insuficientes para expressar o turbilhão de sentimentos que a perda de alguém amado desencadeia. E a complexidade se intensifica quando a relação que tínhamos era carregada de nuances, de arestas, de opiniões que nem sempre convergiam. Quem nunca se sentiu assim?


Luto Sem Manual de Instruções

Navegando pela vastidão da internet, somos bombardeados por guias sobre "como vivenciar o luto", como se a alma humana viesse com um manual de instruções para lidar com a dor mais profunda. Mas a verdade é que o luto não segue um script predefinido. Cada coração dança em seu próprio ritmo, embalado pela melodia única da sua história com quem se foi.

Curiosamente, em minha própria jornada, sinto que o processo de me despedir do meu pai começou ainda em vida. As tensões em nossa relação me impulsionaram a buscar novas lentes para enxergar o que vivíamos. A terapia foi um farol nessa busca, mas foi em um encontro de constelação familiar que a figura do meu pai realmente se revelou para mim. Ali, despojado de idealizações e cobranças, pude vê-lo como um ser humano completo, com suas próprias dores, sua bagagem pessoal, sua existência multifacetada, assim como a minha, assim como a de todos nós. Momentos de alegria e de sombra, de acertos e de tropeços.

Naquele instante, algo em mim se transformou. A rigidez da cobrança cedeu lugar ao respeito por suas feridas. Comecei a compreender que, às vezes, partir lentamente pode ser a única saída para quem carrega um fardo de dor insuportável. Essa foi a minha verdade, a minha perspectiva, um ângulo particular de um prisma com infinitas faces. Mas esse movimento, essa nova visão, humanizou nossa relação, tornando-a mais genuína, mais real.


As Cobranças Existem...

Era tudo que eu poderia ter feito? A pergunta ecoa, carregada do peso do "e se?". A cobrança de ter agido diferente é uma sombra persistente, uma voz que sussurra no silêncio da saudade.

Mas será que a aceitação total é sequer possível no luto?

Acredito que a cicatriz da perda sempre nos lembrará da ausência, mesmo que a dor se transforme em uma saudade mais suave...


E você, como tem vivido suas despedidas?

Quais "ângulos" você encontrou para humanizar suas relações, mesmo nas mais desafiadoras?

Compartilhe sua experiência nos comentários. Sua voz pode ser um farol para quem também navega nas águas, por vezes turbulentas, do luto e da saudade.


Sobre mim

Letícia Lima Terapia Transpessoal
Letícia Lima Psicoterapia Transpessoal

Eu sou Letícia Lima, psicoterapeuta na abordagem transpessoal e uma eterna aprendiz.

Atuo de forma holística, aliando técnicas e ferramentas energéticas no processo de cura emocional e despertar espiritual. A cura emocional é o primeiro passo para uma maior conexão espiritual.

Sou apaixonada pela vida em todas as suas formas e faço do despertar um propósito de vida.

 
 
 

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